Conselho de Altos Estudos avalia a quantidade
de reservas de terras-raras no Brasil e necessidade de investimentos
para a exploração desses minerais.
Um dos gargalos que pode inviabilizar o
aumento da participação brasileira no mercado de alta tecnologia é a
escassez de matéria-prima. Atualmente a China detém cerca de 90% do
comércio mundial de terras-raras – minérios usados na produção de bens
com alto valor agregado, que vão desde vidros de tablets até ligas
metálicas utilizadas em supercondutores, geradores eólicos,
computadores, mísseis e aviões.
A dependência da produção chinesa levou a deputada Teresa Surita
(PMDB-RR) a sugerir a análise do tema pelo Conselho de Altos Estudos da
Câmara. "Não tem sentido autorizarmos a instalação de fábricas de
tablets com isenções fiscais na Amazônia e continuarmos comprando
insumos [terras-raras] da China", disse a deputada. Segundo a
consultoria McKinsey, o mercado mundial de terras-raras movimentou US$
11 bilhões em 2011.
Esses minérios integram um grupo de 17 elementos químicos (veja
infográfico) e são considerados estratégicos por possuírem inúmeras
aplicações na indústria. Em várias regiões do Brasil há uma grande
quantidade de elementos de terras-raras a ser explorada, principalmente
em Araxá (MG) e em Pitinga (AM). Entretanto, a falta de investimentos em
pesquisa e tecnologia torna difícil a conversão dos recursos existentes
em reservas minerais com viabilidade de econômica.
Monopólio chinês
"A China já produz conhecimento sobre a exploração de terras-raras há
mais de 30 anos", afirma o consultor de Recursos Minerais da Câmara
Paulo César Lima. "Hoje, os chineses detém tecnologia e mão de obra a
custos bastante baixos, o que faz com que eles não tenham a mínima
intenção de vender terras-raras, mas queiram sim atrair empresas com
interesse em desenvolver produtos a partir desses minérios." Desde 2009,
o governo chinês decidiu limitar em cerca de 30% a exportação de
elementos de terras-raras para o resto do mundo.
Reféns da oferta chinesa, países como EUA, Canadá, África do Sul e
Austrália passaram a investir em estratégias para garantir o acesso a
terras-raras em seus territórios. No Brasil, a ideia é concluir até 2014
o mapeamento de novas áreas iniciado em janeiro deste ano.
Paralelamente, o Conselho de Altos Estudos da Câmara analisa possíveis
mudanças na legislação para alavancar investimentos no setor.
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Fonte: http://www2.camara.gov.br/