domingo, 24 de março de 2013

Brasil pode perder parte do território do Acre para a Bolívia


O Brasil pode perder uma área de terra equivalente a 66 campos de futebol para a Bolívia. A erosão, provocada pela cheia do Rio Acre, poderá em alguns anos, separar parte do bairro Leonardo Barbosa, localizado no município de Brasiléia (fronteira com a Bolívia), distante 240 quilômetros da capital acreana, do restante do território nacional. De acordo com informações da prefeitura de Brasiléia, atualmente 614 famílias vivem no local.
Bairro Leonardo Barbosa pode ser separado do Brasil (Foto: Reprodução Prefeitura de Brasiléia)Bairro Leonardo Barbosa pode ser separado do Brasil (Foto: Reprodução Prefeitura de Brasiléia)

O geólogo do Instituto de Pesquisa da Amazônia (Ipam), Pavel Jezek, explica que há um risco de o território onde fica o bairro ser separado do restante do munícipio de Brasiléia, caso ocorra uma grande enchente.
Como a fronteira entre Brasil e Bolívia na região é demarcada pelo Rio Acre, os 66,05 hectares que compõem o território do bairro Leonardo Barbosa poderiam ser reclamados pelo governo boliviano.
Jezek diz que a situação já foi informada para a Agência Nacional da Água, para Secretaria Nacional de Recursos Hídricos e também para o Itamaraty, considerando que o Rio Acre é fronteira internacional. Além disso, uma proposta técnica para tentar conter a separação foi apresentada à prefeitura de Brasiléia, mas nenhuma providência foi tomada até o momento. Ele atribui a demora à necessidade de um acordo binacional que ainda não foi realizado.
"A causa do processo de erosão no bairro Leonardo Barbosa é o rio, cuja vazão, quantidade de água por unidade de tempo, varia entre seca e cheia. Em situação de cheia aumenta a velocidade e a intensidade de erosão", explica.
Ele reforça ainda que a ocupação de terrenos nas margens do rio, contribui para diminuir a coesão da superfície do solo.
"Todo mundo sabe que essa é uma área de risco"
Bairro Leonardo Barbosa pode ser separado do Brasil em Brasiléia (Foto: Yuri Marcel / G1)José Soares Lopes vê o rio Acre levar um pouco da 
sua casa a cada ano. (Foto: Yuri Marcel / G1)
A coordenadora pedagógica da Unidade do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) em Brasiléia e moradora do Leonardo Carvalho, Rejane Raolino de Souza, conta que a escola, localizada no bairro, já foi condenada pela Defesa Civil e deverá ser transferida para outro lugar em três meses.
"Todo mundo sabe que essa é uma área de risco que foi condenada pela Defesa Civil, mas no momento a gente não pode fazer nada, porque as crianças não podem ficar sem estudar e a gente não pode ficar sem cumprir com os nossos deveres. Já pensei em sair, mas no momento não é possível", relata.
Outro morador que está preocupado é o comerciante José Soares Lopes (42) que vive há sete anos no bairro. A erosão já alcançou a parte de trás de seu comércio e ele conta que espera uma atitude do poder público.
"A alagação está fazendo com que a terra vá descendo, está derretendo tudo. Aqui era uma área de cinco metros que está acabando. A gente espera uma ação do governo, que eles venham olhar de perto e digam se vão nos tirar ou vamos ter que sair por conta própria", disse.
Segundo o radialista Marcos José Filho (37) a população não sabe como agir. Ele conta que muitos já venderam suas casas e se mudaram com medo, mas que outros por não terem para onde ir, continuam a espera de uma ação do governo.
"Aqui estamos praticamente ilhados correndo o risco de ficar isolados do resto da cidade. Já tivemos uma alagação forte no ano passado e muitos moradores por não terem para onde ir, continuam morando nessa área e o rio continua quebrando o solo. Têm pessoas que não conseguem dormir em paz com medo e muitos moradores já venderam suas casas e saíram daqui por causa disso", conta.

Bairro Leonardo Barbosa pode ser separado do Brasil em Brasiléia (Foto: Yuri Marcel / G1)Moradores deixam casas levadas pelas águas do Rio Acre (Foto: Yuri Marcel / G1)









Prefeitura pretende retirar moradores
De acordo com a secretária de Planejamento de Brasiléia, Gorete Carvalho, a prefeitura vai identificar as pessoas que vivem nessa área de risco e alocá-las em programas de habitação como o Minha Casa Minha Vida. O trabalho, porém, deve levar ainda cerca de um ano para ser concluído.
Sobre a possibilidade de  criar uma contenção para impedir a perda do território, ela diz que a prefeitura precisa de mais estudos para fazer um planejamento sobre o caso.
Enquanto isso, a  população do Leonardo Carvalho continua com medo. "Quando está chovendo a gente dorme à noite se preocupando que o rio encha para não sermos pegos de surpresa", conclui Marcos José Filho.
Fonte: G1

sábado, 23 de março de 2013

Satélite europeu produz mapa mais preciso do início do Universo


Uma imagem divulgada nesta quinta-feira (21) pela Agência Espacial Europeia (ESA) mostra o mapa mais preciso já feito do início do Universo, com os primeiros vestígios de luz captados após o Big Bang – teoria dominante que explica a origem do Cosmos.
Nessa época, o Universo tinha "apenas" 380 mil anos de idade – hoje, segundo dados obtidos pelo telescópio Planck da ESA, calcula-se que tenha cerca de 13,8 bilhões de anos, 100 milhões de anos a mais que as estimativas anteriores.
Mapa mostra primeiros vestígios de radiação do Universo (Foto:  ESA–Planck Collaboration/AFP)Mapa mostra primeiros vestígios de radiação identificados no Universo (Foto: ESA–Planck Collaboration/AFP)
A imagem acima se baseia em uma coleta de dados feita ao longo de 15 meses e meio pelo Planck, lançado em 2009 em busca da primeira luz emitida depois da "Grande Explosão". Os pontos azuis e amarelos indicam variações de temperatura.
Esse registro superdetalhado da chamada "radiação cósmica de fundo em micro-ondas" é um dos mais fortes indícios da existência do Big Bang, e carrega as "sementes" de todas as estrelas e galáxias conhecidas.
A temperatura na ocasião chegava a 3.000° C. Antes disso, o Universo era tão quente que nenhuma luz poderia sair dele. O telescópio capturou, então, o "fóssil" do primeiro fóton (partícula elementar da luz) que surgiu no Cosmos e viajou por mais de 13 bilhões de anos para chegar até nós. Essa radiação hoje é extremamente fria, com apenas 3° C a mais que o zero absoluto (-273,15° C), e invisível – mas pôde ser detectada pelas ondas de rádio do Planck.
Segundo os astrônomos, esses resquícios revelam a existência de traços que podem desafiar as bases da nossa atual compreensão do Universo e levar a um melhor entendimento da "receita cósmica" que o compõe.
De acordo com uma revisão da ESA, o Universo é formado por apenas 4,9% de matéria visível, feita de átomos. Os outros 95,1% se dividem em energia escura (68,3%) e matéria escura (26,8%). Antes do Planck, acreditava-se que havia 72,8% de energia escura, 22,7% de matéria escura e 4,5% de matéria visível.
Mapa completo do céu mostra a matéria entre a Terra e o limite do Universo observável (Foto: ESA/Nasa/JPL-Caltech)Mapa completo do céu mostra a matéria entre a Terra e o limite observável do Universo. As regiões mais claras são as de menor massa e as mais escuras, de maior. As áreas acinzentadas são as partes mais brilhantes da nossa galáxia, que bloquearam o mapeamento do Planck (Foto: ESA/Nasa/JPL-Caltech)
"Ousamos olhar o Big Bang de perto, o que permitiu compreender a formação do Universo 20 vezes melhor que antes", disse à agência AFP o diretor geral da ESA, Jean-Jacques Dordain, ao apresentar os primeiros resultados do Planck em Paris.
Com exceção de algumas anomalias encontradas – com as quais, segundo Dordain, os teóricos devem trabalhar durante semanas –, os dados do telescópio reforçam de maneira "espetacular" a hipótese de um modelo de Universo relativamente simples, plano e em expansão. Mas, segundo os novos resultados, esse aumento de tamanho tem ocorrido mais lentamente do que os cientistas pensavam.
Na opinião do astrofísico George Efstathiou, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, o mapa parece uma bola de rúgbi danificada ou uma obra de arte moderna. "Mas posso garantir que alguns cientistas trocariam seus filhos por essa imagem", brincou.
Para ter precisão absoluta e eliminar todos os sinais de interferência emitidos pela Via Láctea e por outras galáxias, o Planck conta com um instrumento de alta frequência que deve ser resfriado a um décimo de grau acima do zero absoluto.
"Essa façanha tecnológica, feita em um ambiente sem gravidade e no vácuo, não tem equivalente, e nenhum equipamento espacial poderá ultrapassá-lo por um longo tempo", disse Dordain.
Fonte: G1

Vamos ter uma revolução do 'shale gas' no Brasil?


A produção em escala comercial do gás de folhelho, ou shale gas, desencadeou uma revolução na oferta de gás nos EUA. Sua produção passou de 100 milhões de m3/dia em 2006 para quase 1 bilhão de m3/dia em 2012 e hoje representa 35% do volume de gás produzido naquele país. A abundância e o baixo custo de produção fizeram o preço do gás Henry Hub despencar de US$ 8, em 2006, para US$ 3/MMBTU, em 2013.

O folhelho é uma rocha sedimentar de baixa permeabilidade e porosidade, com grande quantidade de matéria orgânica, que origina tanto gás como petróleo. Sua extração requer grande número de poços, além de perfuração direcional horizontal e fraturamento hidráulico. Um poço nos EUA custa de US$ 2 milhões a US$ 8 milhões e é perfurado em uma semana, em média. A Agência Internacional de Energia (EIA) estima que esse custo deve dobrar em países com infraestrutura menos desenvolvida.

Os folhelhos estão em todo o mundo e têm baixo risco exploratório. Segundo estudos do Departamento de Energia dos EUA (DOE), os recursos tecnicamente recuperáveis de shale gas em 32 países pesquisados são de 5.760 TCF. Se apenas 20% disso for comercialmente desenvolvido, equivaleria a um incremento de 16% nas reservas mundiais de gás. O Brasil aparece no estudo com recursos da ordem de 226 TCF, a Argentina com 774 TCF e a China, com 1.275 TCF.

Há diversos questionamentos, contudo, sobre os impactos ambientais do shale gas: o impacto nos lençóis freáticos dos produtos químicos usados no fracionamento hidráulico; o tratamento da água de superfície; o aumento da emissão de gases de efeito estufa; o uso intensivo de água; e a possibilidade de abalos sísmicos durante o fraturamento. Isso contribuiu para alguns países, como França e África do Sul, interromperem temporiamente a perfuração de poços.

O Reino Unido, que hoje importa 50% do gás que consome, optou por uma abordagem mais pragmática. Primeiro, solicitou à Royal Society e à Royal Academy of Engineering uma análise dos riscos do fraturamento hidráulico. Esse estudo concluiu que os riscos de SMS poderiam ser geridos de modo eficaz e que a propagação das fraturas dificilmente poderia contaminar os aquíferos. Além disso, avaliou que a integridade dos poços é a prioridade, acoplada a um programa robusto de monitoramento. Com base nisso, o governo britânico liberou os poços e anunciou um pacote de incentivos fiscais para acelerar a produção.

Muito se tem discutido sobre a replicação do modelo dos EUA em outros países,sobretudo quando inexiste infraestrutura desenvolvida de gasodutos ou estradas para transporte de equipamentos sísmicos e de perfuração. Entretanto, à parte o volume de água e o número de poços, os mesmos problemas ocorrem no desenvolvimento de campos de gás convencional onshore no Brasil ou na China.

Outro ponto que merece atenção é o shale oil – não confundir com óleo de xisto betuminoso. Os altos preços internacionais do petróleo tornam os projetos de shale oil mais atraentes e economicamente viáveis. Com a baixa no preço do gás americano, os produtores locais estão centrando esforços na produção de shale gas com alto teor de condensados e de shale oil.

A indústria de shale gas se desenvolveu nos EUA e está dando os primeiros passos no Reino Unido. No Brasil, o shale pode duplicar ou triplicar as reservas de gás, tornando o país autossuficiente no longo prazo. Tecnologia de produção já existe, e os riscos podem ser gerenciados. Um passo essencial será a promoção de licitações específicas e contínuas, em conjunto com um pacote fiscal atraente para investidores privados e o desenvolvimento de parcerias com empresas que operam em outros países e que têm experiência na perfuração de poços horizontais e fraturamento hidráulico.

A revolução do shale gas nos EUA não ocorreu de uma hora para outra. Foi incubada por duas décadas e resultou da combinação de preço, parcerias entre governo, instituições de pesquisa e iniciativa privada no desenvolvimento de tecnologias, regime fiscal benigno e agilidade empresarial.

terça-feira, 19 de março de 2013

Fósseis mais antigos de macacos do 'Velho Mundo' são achados no Quênia


Cientistas americanos descobriram no Quênia os fósseis de macacos mais antigos do chamado Velho Mundo (território conhecido pelos europeus até o século 15, que abrangia Europa, Ásia e África). Os ossos têm 12,5 milhões de anos, 3 milhões a mais que os conhecidos até agora.

A maioria dos fósseis encontrados são pequenos dentes e fragmentos de ossos, principalmente de mandíbulas.
Dentes de macacos encontrados por cientistas americanos no Quênia (Foto: PNAS/Divulgação)Dentes de antigos macacos encontrados por cientistas americanos no Quênia (Foto: PNAS/Divulgação)
O achado foi feito nos Montes Tugen, por pesquisadores das universidades de Nova York, Yale e Stony Brook. A equipe foi liderada por James Rossie, Christopher Gilbert e Andew Hill, que publicaram os resultados na edição online desta segunda-feira (18) da revista "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS), da Academia Americana de Ciências.
Esses macacos da família Cercopithecidae viveram em um período geológico da era Cenozoica chamado Mioceno, entre 23 milhões e 5 milhões de anos atrás. Foi nessa época que surgiram os mamíferos considerados "evoluídos", como primatas e ruminantes.
Segundo os autores, os fósseis pertencem a uma ou possivelmente duas espécies primitivas de macacos da subfamília Colobinae, que reúne 59 espécies e dez gêneros diferentes. Além disso, a morfologia desses animais sugere que eles eram menos folívoros (indivíduos que comem basicamente folhas) que seus parentes modernos.
A origem e posterior diversificação desses macacos, porém, são incertas e pouco documentadas em períodos anteriores a 9,5 milhões de anos, pela escassez de sítios arqueológicos na África que datem de 15 milhões a 6 milhões de anos atrás, destacam os pesquisadores.
Fonte: G1

quinta-feira, 14 de março de 2013

A nova corrida do ouro


No início da década de 1980, milhares de garimpeiros arriscaram a vida nos barrancos de Serra Pelada, no Pará, em busca de fortuna. A falta de planejamento na escavação fez com que o lençol freático fosse atingido, provocando a inundação da enorme cratera e inviabilizando a mineração manual. O garimpo praticamente acabou. Quase trinta anos depois, a produção de ouro será retomada. Dessa vez, com muita tecnologia, maquinário pesado e investimentos volumosos da mineradora canadense Colossus.

Cerca de R$ 560 milhões já foram investidos no projeto, para que a mina entre em operação ainda este ano. Pelo menos 50 toneladas de ouro, platina e paládio devem ser extraídas do local nos próximos 10 anos. Cerca de 38 mil garimpeiros, que ainda detinham direitos de exploração da área, deverão ficar com 25% do lucro da exploração industrial.

O caso de Serra Pelada ilustra como a exploração do ouro voltou a ocupar lugar de destaque na economia do Brasil, após 11 anos consecutivos de valorização do metal. Cerca de 65 toneladas de ouro foram produzidas em 2011, o maior volume desde 1994. A previsão do Ministério de Minas e Energia (MME) é que, até 2017, a produção chegue a 130 toneladas por ano, o que seria um recorde histórico. Mas, para o secretário executivo da Agência para o Desenvolvimento Tecnológico da Indústria Mineral Brasileira (Adimb), Onildo Marini, o momento promissor se transformou em crise, devido às especulações em torno do projeto do novo marco legal da mineração, discutido há quase meia década pelo governo e que ainda não foi enviado ao Congresso.

“Na incerteza, os novos investimentos estão indo para países em que a lei está clara, como o Peru, que ainda conta com uma eletricidade até cinco vezes mais barata que no Brasil”, reclama Marini. Ele também se queixa de que, há cerca de um ano, o DNPM não libera novos alvarás de pesquisa para minerais metálicos. “É um desestímulo ao pequeno minerador, que se arrisca em campos de pouso no meio da mata para mapear novas jazidas.”

Pesquisa e dinheiro

Segundo o MME, o ouro foi o recurso mineral mais pesquisado no Brasil entre 2004 e 2009, com investimentos de R$ 580 milhões. De 2009 a 2011, foram mais R$ 690 milhões. Como consequência, houve uma ampliação das reservas conhecidas, estimadas atualmente em 2,4 mil toneladas. “Esse aumento é reflexo da pesquisa mineral e da reavaliação das minas que já estavam em operação. Com a cotação do ouro em alta, muitas empresas se arriscaram e investiram em pesquisa”, explica o engenheiro de minas Mathias Heider, do DNPM. Entre 2001 e 2011, sobretudo após a crise econômica de 2008, o valor médio da onça troy de ouro — medida usada mundialmente e que corresponde a 31 gramas do metal — subiu quase seis vezes, passando de US$ 273 (cerca de R$ 540) para US$ 1.571 (cerca de R$ 3 mil). Ao longo de 2012, o preço da onça troy se manteve em patamares elevados, entre US$ 1,4 mil (R$ 2,8 mil) US$ 1,8 mil (R$ 3,4 mil).

A maior promessa da mineração de ouro no Brasil é o projeto Volta Grande do Rio Xingu, no Pará, da mineradora canadense Belo Sun, com reservas estimadas em 50 toneladas. Poucos quilômetros adiante, rio abaixo, estão em curso obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Em busca de investidores, a Belo Sun anuncia que a produção de ouro começará no segundo semestre de 2015. Pelos entraves que o empreendimento vem enfrentando, o prazo pode ser dilatado. “O ciclo, hoje, para fazer uma mina de grande porte é de oito a 10 anos, o que torna o empreendimento bastante oneroso, com muitas exigências legais e ambientais”, explica Heider.

O Ministério Público Federal do Pará recomendou à Secretaria de Meio Ambiente do estado que não conceda licenças ambientais ao projeto. “É emblemática a forma como foi banalizado o licenciamento ambiental no país. O estudo ambiental não analisa os impactos cumulativos da mineração e da hidrelétrica funcionando em conjunto, e sequer menciona os impactos nas comunidades indígenas”, critica o coordenador adjunto da ONG Instituto Socioambiental, Raul do Valle.

O cenário favorável garante a viabilidade econonômica de depósitos menores, com custo mais elevado de produção. Em Currais Novos, no Rio Grande do Norte, por exemplo, outra empresa canadense, a Crusader, faz sondagens de ouro na mina Borborema. Apesar de a concentração do minério na reserva ser muito inferior à das maiores minas, a Crusader espera retirar do subsolo potiguar cerca de 3 toneladas de ouro por ano.
Fonte: Geofísica Brasil 

segunda-feira, 11 de março de 2013

Hang Son Doong, a maior caverna do mundo


A maior caverna do mundo Hang Son Doong, fica no Vietnã foi descoberta em 1991 perto da fronteira do Laos, agora no batizado Phong Nha-K? Bàng National Park. Um assobio assustador vem de dentro da enorme, gigantesca entrada, ou melhor, portal de 1,6 quilômetro (tem nome também, Hang En).
 Hang Son Doong : A maior caverna do Mundo
Trata-se de um zumbido criado pelo largo rio subterrâneo de águas rápidas, o Rao Thuong River, que reverbera pelas paredes e se transforma em pequenos lagos ao longo de seu caminho nos meses secos. É um mundo perdido em quatro quilômetros de extensão e 91 metros de largura e 240 de altura – é grande o suficiente para acomodar um prédio de 40 andares. Que tal? Você é um aventureiro, quer ir até lá? Os pesquisadores ingleses Howard e Deb Limbert ficaram quatro dias por lá, em 2009, mas foram “barrados” por uma parede de calcita. Daí muito da caverna continuar inexplorado.
Alguns buracos que passam luz do dia foram criados por quedas de pedras gigantescas (do tamanho de prédios) do teto. Mas é mesmo a maior caverna? Existe o longo sistema de cavernas Mammoth nos Estados Unidos, a profundíssima Krubera-Voronja na Georgia ou a atual recordista Deer Cave, na Malásia, mas nenhuma se compara com a enormidade em conjunto da Hang Son Doong.
Em um dos skylights (buracos a partir do topo das montanhas da caverna), praticamente uma selva se instalou no entorno. Apesar de descoberta no começo dos anos 1990, foi somente em 2009 com uma expedição especializada inglesa que Hang Son Doong se tornou pública.”  Fonte:  bravemw

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Gostou das imagens?
que tal um tour interativo na Hang Son Doong, no site da National Geographic você pode explorar a caverna em 3D direto no seu navegador.

Conheça a Via Láctea pelo seu navegador

Que tal um passeio pelas estrelas da Via Láctea? O Google Chrome lançou dia 14 de novembro de 2012, um site que possibilita essa interessante viagem.

O projeto, batizado de “100,000 Stars”, permite uma navegação virtual bem simples, em 3D e com direito até a um “guia turístico”, que vai explicando alguns elementos básicos do universo.

No site é possível conferir imagens incríveis e ver detalhes das estrelas. A ferramenta ainda exibe algumas informações retiradas da Wikipédia, além de uma escala de temperatura de determinado astro.

Vale dizer que, apesar do nome, o serviço não conta com o banco de dados de 100 mil estrelas.

Se você tem o Google Chrome (o serviço não funciona em outros navegadores), confira o site aqui

Fonte: Olhar Digital

A luta dos pequenos e médios produtores de petróleo


A Resolução n°1 de 07/02/2013 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), publicada no Diário Oficial, agradou particularmente à Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo e Gás (Abpip), que há anos vem buscando um contexto mais favorável para os seus investimentos e suas atividades de exploração em áreas maduras. Isso porque a medida, assinada pelo ministro Edison Lobão, permite à ANP promover rodadas de licitações específicas para as pequenas e médias empresas produtoras de petróleo.
Para saber mais sobre a luta dessas operadoras por espaço no mercado nacional, conversamos com Alessandro Novaes, presidente da Abpip há um ano e oito meses. Ele falou sobre as recentes dificuldades dos pequenos e médios produtores, a importância da exploração dos poços maduros para o Brasil, a relevância dos operadores de pequeno porte e sobre as mudanças que julga necessárias na política do setor de Óleo&Gás brasileiro.

Basicamente qual é o objetivo da Abpip?

O intuito é desenvolver a indústria brasileira atendendo aos pequenos produtores de petróleo e gás natural, que atuam nas áreas de exploração maduras. As chamadas áreas maduras são aquelas que passaram por uma etapa de exploração, mas que ainda têm bastante potencial comercial para a região e para os pequenos produtores, ou seja, ainda são economicamente interessantes. Vale dizer que a parte onshore representa cerca de 10% da produção nacional.  Embora a relevância das áreas onshore em relação à produção offshore seja relativamente pequena, seu impacto na economia local é enorme.

Qual tem sido o foco de atuação da Associação?

A associação tem desempenhado um trabalho muito forte para desenvolver os investimentos dos produtores independentes. Nosso foco mais recente tem sido uma política que contemple de forma separada as pequenas e médias empresas. Recentemente, foi incorporada como lei na política do pré-sal. Por exemplo, pedimos que fosse desmembrada a regulação em Óleo&Gás para atender também ao pequeno produtor.

Qual é o potencial da exploração dos poços maduros para a economia brasileira?

A exploração dos poços maduros por parte das empresas menores tem um grande potencial de desenvolvimento local, até mesmo porque em grande parte são localidades com baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), e a atividade faria toda diferença. Essas áreas maduras onshore estão concentradas justamente no norte e nordeste. Sul e sudeste não têm tanta capacidade onshore. Mas o investimento em produção terrestre precisa ser local, não tem como haver investimento remoto. As próprias empresas devem ter sua base naquele local, diferentemente da produção offshore, que em geral pode contar com bases mais distantes da área de extração e produção.

Qual é a relevância dos pequenos e médio operadores de petróleo e gás?

O Brasil ainda não tem noção do potencial de centenas de pequenas empresas. Nos Estados Unidos, cerca de 40% da produção é proveniente de pequenos e médios produtores, que são em torno de 30 mil empresas operadoras terrestres. Aqui no Brasil, se houvesse mais abertura, também teríamos em atuação de centenas de empresas. Para se ter uma ideia, só 5% das bacias terrestres foram exploradas na história do Brasil, então resta muito a explorar. A princípio, essas bacias interessam a todos, pequenos e grandes. Mas todo poço um dia estará maduro, e nós precisamos abrir o mercado para explorá-lo. Por enquanto, temos em vista um portfólio maior para o Brasil, o que não interfere no pré-sal. O país poderia fazer muito mais do que vem fazendo, e ganhar muito mais diante do potencial que vem sendo represado.

Como tem sido a reação dos operadores de pequeno porte num contexto desfavorável?

O pequeno produtor não tem como migrar sua atividade para outros países. O grande produtor até migra e diversifica suas áreas de atuação, mas o pequeno não, porque não tem capacidade para se deslocar e se estabelecer em outras bacias, devido às tecnologias específicas para cada local. Assim, o pequeno represa investimento porque não consegue se desenvolver e perde credibilidade no mercado. Há empresas que não têm tido nenhuma produção, apenas esperam o momento de voltar ao mercado.

Atualmente a Abpip conta com quantos associados?

Contamos hoje com cerca de 23 membros. A propósito, metade dos operadores nacionais são pequenos e médios, e há também circunstâncias favoráveis: temos um grande território, com grandes bacias; temos economia e política estável. Mas precisamos ter regras e legislação justas, separando bem as categorias.

Qual tem sido o maior obstáculo para o atendimento dos produtores independentes de Óleo&Gás?

Por parte do governo não há obstáculos de forma geral, mas temos encontrado uma demora absurda, diante do nível de urgência de uma ação específica para pequenos e médios, devido à falta de oportunidades e ausência de opções. Fizemos um pedido com urgência, mas não foi tratado com urgência. Essa demora tem impactado muito as pequenas empresas, que já têm cogitado deixar o mercado. Temos empresas que já desistiram e estão deixando o mercado. Umas três já se decidiram a sair, outras estão decididas a não renovar seus investimentos. Há outros que desejam entrar, vendo alguma oportunidade, embora sem plena certeza dessa inserção. Aquelas que estão no mercado estão cautelosas, receosas de fazer novos investimentos, temendo não ver o retorno.

De forma geral, como se situa o Brasil internacionalmente quanto aos investimentos e à legislação em Óleo&Gás?

Em geral, o Brasil tem uma posição favorável em termos de investimento, mesmo em comparação com outras regiões do planeta. Cada leilão é capaz de promover a competição e chamar mais empresas para o setor, interessadas em competir e investir. Mas, se fossem mais frequentes, as 23 pequenas e médias empresas poderiam ser mais de cem, até mesmo centenas. Acredito que o ideal para isso sejam leilões semestrais. No Canadá, p. ex., a regulação é semelhante à brasileira, mas os leilões são estaduais. Mensalmente, as agências informam os blocos que desejam ofertar; o investidor informa seu interesse e a quantidade de blocos leiloados é em função da demanda. No Canadá, os blocos não são leiloados no escuro, mas aqui as empresas não têm segurança para investir nos estudos dos blocos porque não sabem quais blocos serão leiloados. Assim, há uma atividade industrial constante naquele país. Note que aqui no Brasil houve um boom nas faculdades de engenharia de petróleo, mas depois esfriou… pela falta de oportunidades, de regularidade no leilão e estabilidade regulatória e política.

Já existe uma perspectiva de data para os leilões voltados aos pequenos e médio empresários?

Estamos procurando a ANP para uma data específica. Talvez acabe ficando para o início do ano que vem, por causa dos demais leilões de blocos exploratórios já agendados, mas gostaríamos de ter os nossos leilões ainda neste ano.

Como definir se uma empresa é pequena, média ou grande neste segmento?

Uma das nossas políticas envolve essa definição do porte da empresa. Hoje a ANP divide as operadores entre A, B ou C. As empresas C só podem atuar em terra; já as operadoras B, em terra e em águas rasas; e as companhias A podem operar também em águas profundas. Para definir esses portes, a ANP usa informações sobre o capital da empresa, além da qualificação e da experiência prévia da companhia. Mas nós queremos separar uma coisa da outra. Temos uma proposta de acordo com o tamanho de campo, de reserva e produção. Assim, a Petrobrás ia ficar com as “grandes” oportunidades e os pequenos operadores, com as “pequenas” oportunidades. Chega um momento que o poço maduro não é mais rentável para os grande produtores, devido aos altos custos, incluindo a hora de trabalho dos profissionais de petróleo, que é cara. Conforme a linha de produção dos poços, quando se tornarem maduros, seriam passados adiante para os pequenos produtores. Com isso, seria aumentado o leque de produtores pequenos e médios.

Associadas da ABPIP

Alvopetro S.A./ Aurizônia Petróleo S.A./ Brazalta Brasil Norte Comercialização de Petróleo Ltda. / Central Resources Inc./ Cowan Petróleo e Gás S.A./ HRT O&G Exploração e Produção de Petróleo Ltda./ Orteng Equipamentos e Sistemas Ltda./ Partex Brasil Ltda./ Petrogal Brasil Ltda./ Petrosynergy Ltda./ Queiroz Galvão Exploração e Produção S.A./ Petrorecôncavo E&P S.A./ Severo Villares Projetos e Construções Ltda./ Sonangol Oil & Gas/ UTC Engenharia S.A./ W. Petróleo S.A.

STF pode sustar efeito de lei sobre royalties do petróleo


Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) podem decidir pela suspensão temporária dos efeitos da nova lei de distribuição dos royalties do petróleo já nas próximas semanas, informou à Reuters o Tribunal, depois de consulta à Secretaria-Geral da corte sobre tramitação do processo.
Em uma das possíveis decisões do futuro relator do caso –que será sorteado a partir da chegada de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin)–, o ministro poderia levar imediatamente ao plenário a decisão de conceder ou não uma cautelar que suspenda os efeitos da lei aprovada no Congresso.
Na última quinta-feira, o Congresso derrubou o veto parcial da presidente Dilma Rousseff à lei, terminando com o direito dos Estados produtores de receber royalties como indenização pelas áreas atingidas na exploração de petróleo.
Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo prometeram entrar com Adin no STF assim que a lei fosse promulgada, o que deve ocorrer na próxima semana. A presidente tem 48 para promulgar a lei, que ainda não foi enviada pelo Congresso ao Executivo.
“Esta seria uma das três possíveis ações do relator, que tem liberdade para decidir o encaminhamento do pedido”, afirmou à Reuters o secretário de Comunicação do STF, Wellington Silva.
“Em tese, o tema poderia ir ao plenário já na quarta-feira, caso a Adin já tiver chegado ao Tribunal”, acrescentou.
A decisão de sustar os efeitos da lei até a decisão final sobre a Adin ocorre caso os Estados produtores entrem com o pedido de cautelar –o que Rio e Espírito Santo já indicaram que farão nos próximos dias.
As duas outras possibilidades, segundo o tribunal, seriam não levar ao plenário o pedido de cautelar e encaminhar aos órgãos pertinentes, como a Advocacia Geral da União (AGU), pedidos de informações, para então tomar uma decisão sobre o tema.
Ou, ainda, não conceder a cautelar, o que faria com que a lei aprovada e vetada já estivesse valendo, e dar encaminhamento à análise da Adin –com pedidos de informação aos órgãos e preparação de voto para levar ao plenário o tema.
Três ministros da corte ouvidos pela Reuters desde sexta-feira afirmaram, sob condição de anonimato, que é bastante provável que o tema ganhe prioridade na corte, o que poderia significar uma apreciação da Adin em três a quatro meses, pois é necessário respeitar prazos legais de tramitação.
Todos os três afirmaram que a corte não pode levar em conta a pressão do governo do Rio, que decidiu suspender todos os pagamentos não obrigatórios Estado, com exceção dos salários dos servidores públicos, até uma decisão do STF sobre a Adin a ser proposta pelo Estado.
O governo do Rio tem estimado perdas anuais de arrecadação de 3,1 bilhões de reais com a derrubada dos vetos. O governo do Espírito Santo diz que terá perdas de 4,7 bilhões de reais em seus cofres até 2020.
A polêmica sobre a divisão dos royalties do petróleo começou quando o governo decidiu criar um novo marco regulatório para a exploração do óleo no país, determinando que os campos do pré-sal seriam licitados pelo regime de partilha e não mais por concessão.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Palestra do dia da Mulher: A Extinção das Amélias


CNPE autoriza mais 117 blocos na 11ª Rodada


O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) autorizou nesta quinta-feira (28), por meio de resolução publicada no Diário Oficial da União, que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) inclua 117 áreas na 11ª rodada de licitações de blocos para exploração e produção de petróleo e gás natural.
O governo acrescentou 65 blocos na Bacia da Foz do Amazonas, no Amapá; seis na do Espírito Santo; dez na de Pernambuco-Paraíba e 36 na bacia terrestre de Tucano Sul, na Bahia. Agora serão 289 blocos a serem leiloados em 14 e 15 de maio. A ampliação foi solicitada pela presidenta Dilma Rousseff no mês passado.

A resolução do CNPE relaciona, entre as justificativas para a inclusão do novo grupo de blocos na 11ª rodada de licitações, o interesse do governo federal em realizar rodadas de licitações para a concessão de blocos em áreas fora do pré-sal, em bacias de novas fronteiras exploratórias e em bacias maduras - que se encontram em estágio avançado de exploração.

Os objetivos, conforme o documento, são promover o conhecimento das bacias sedimentares, desenvolver a pequena indústria petrolífera e fixar empresas nacionais e estrangeiras no país, “dando continuidade à demanda por bens e serviços locais, à geração de empregos e à distribuição de renda”.
A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, havia dito, no último dia 19, que recentes descobertas na Guiana Francesa tornam atraente a Bacia da Foz do Amazonas, que fica na fronteira com o território francês, porque ampliam a chance de se encontrar grandes reservatórios de petróleo leve nos blocos da margem brasileira da Linha do Equador.

Os bônus de assinatura dos 289 blocos, caso todos sejam arrematados, devem render pelo menos mais de R$ 630 milhões à ANP, recursos que podem ser contingenciados pela União. O bônus é o valor pago pela empresa vencedora para garantir o direito de explorar e produzir petróleo em determinado bloco.
Magda Chambriard disse que o valor pode ultrapassar R$ 1 bilhão, já que as empresas podem oferecer lances maiores do que o mínimo exigido pela ANP, nos casos em que haja disputa nos leilões dos blocos.

23 empresas já pagaram taxa de participação 
A ANP recebeu R$ 9,8 milhões de taxa de participação pagos por 23 empresas interessadas em participar da 11ª rodada de licitações, que acontecerá nos dias 14 e 15 de maio. Também manifestaram interesse na concorrência outras 15 empresas, sendo dez nacionais e cinco estrangeiras.

A taxa de participação é dividida por setor e varia entre R$ 30 mil, para áreas em terra, e R$ 207 mil para o setor SES-AP-2, em águas profundas da Bacia do Espírito Santo. A participação para os blocos na bacia do Foz do Amazonas varia entre R$ 65 mil para os dois setores de água rasa e R$ 125 mil, para o setores de água profunda.


Fonte: Geofísica Brasil  01/03/2013