Uma cratera com 100 quilômetros de largura foi encontrada na Groenlândia, resultado de um impacto de asteroide maciço há bilhões de anos.A cratera mais antiga conhecida pela ciência, antes dessa nova descoberta, data de 2 bilhões de anos. A chance de encontrar outra cratera ainda mais antiga era considerada relativamente baixa.
Agora, uma equipe de cientistas do Geological
Survey of Denmark and Greenlan (GEUS) em Copenhagen associada com a Cardiff
University, Lund University na Suécia
e o Institute of Planetary Science em Moscou, Rússia, contrariou completamente as expectativas que
diziam ser improvável encontrar uma cratera ainda maior e mais antiga.
As crateras que vemos sobre a Lua são resultados de
impactos com asteroides e cometas há 4 bilhões de anos, em média. A Terra
primitiva, com sua massa gravitacional muito maior que a atual, deve ter
experimentado colisões catastróficas.
Na sequência de um programa detalhado de campo,
financiado pela GEUS, a equipe descobriu os restos de um gigantesco impacto há
3 bilhões de anos, perto da região de Maniitsoq, oeste da Groenlândia.
Localização da cratera em Maniitsoq, Groenlândia. Foto: Reprodução/GEUS
É possível que o asteroide tenha atingido o mar
porque as rochas preservadas foram intensamente alteradas pela circulação de
fluidos quentes. Estes fluidos foram, provavelmente, derivados da água do mar
que teria sido capaz de penetrar profundamente na crosta terrestre através de
fissuras e zonas de esmagamento provocadas pelo impacto.
Boris A. Ivanov do Instituto de Ciências
Planetárias na Rússia realizou uma série de cálculos provisórios que sugerem
que o asteroide possuía 30 quilômetros de diâmetro.
Se um impacto como esse ocorresse hoje na Terra, as
consequências poderiam levar à morte de um grande número de espécies, incluindo
o homem, boa parte das plantas e animais de pequeno, médio e grande porte.
Há 3 bilhões de anos não havia muita vida para
extinguir, mas os cientistas estão estudando para entender os efeitos globais
do impacto, como tsunamis gigantescas.
Fonte: Jornal da Ciência